Está releitura
do épico livro de Antoine de Saint-Exupéry dirigida por Mark Osborne (mesmo
diretor de Kung Fu Panda) e escrito por Irena Brignull e Bob Persichetti é
simplesmente a mais profunda e emocionante já feita até hoje. O visual é irresistível,
muito bem desenhado, usando stop-motion para o mundo do pequeno príncipe e computação
gráfica para o da garota, e o filme é recheado daquelas frases marcantes que
tornaram o livro um dos mais importantes da literatura juvenil, entretanto este
não é o segredo do sucesso desta releitura.
Veja o trailer abaixo:
Diferentemente da maioria dos filmes e
animações de hoje, que se escondem atrás de uma tonelada de frases de efeito e
de um visual gritante, este filme se concentra em desenvolver bem seus
personagens, desde uma menina pressionada pela mãe para entra numa escola de
renome e a se concentrar apenas no que é essencial para ser tornar uma adulta o
mais depressa possível, à mãe que quer tornar sua filha em uma cópia idêntica de
si mesma, até um velhinho solitário e atrapalhado que quer consertar seu avião
e compartilhar uma simples história com alguém. E acima de tudo, a história é
muito consistente, dinâmica e bem estruturada, em nenhum momento é cansativa ou
desinteressante, pelo contrário, cada vez que você vai se aprofundando nos
relacionamentos entre o velhinho e a garota e o pequeno príncipe e o aviador e
nas idas e vindas do stop-motion para a computação gráfica, você vai ficando ainda
mais preso emocionalmente á trama.
Este não é um
filme sobre uma garota e um velhinho que mergulham numa história fascinante, é
sobre amizade verdadeira e lealdade, um vínculo recheado de valores morais que
simplesmente não existem mais na sociedade contemporânea. E numa época que o entretenimento
puro e a diversão sadia praticamente não existem mais, este filme mostra que a única
coisa que é essencial para um filme entreter as pessoas e a preocupação em tocar
o coração delas.
Em toda a
minha vida eu nunca chorei tanto ao ver um filme como este, entretanto ‘as
vezes nós corremos o risco de choramos um pouco por um filme que nos faz
cativar’! Acho que nunca mais irei ver algo como este filme, ele é único em
todos os aspectos, definitivamente uma rara obra de arte, afinal, o que é arte
a não ser o poder de cativar e emocionar as pessoas?
Henrique Euzebio
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