Wednesday, January 23, 2013

Crítica: Indomável Sonhadora

"Extraordinário! Um dos filmes mais sensíveis e comoventes de todos os tempos!"

Muitas pessoas se perguntam como um filme cuja protagonista é uma criança quem vive com o pai numa banheira e que tem um elenco de 6 ou 7 pessoas no máxima conseguiu atrair tanto a atenção para si e receber 4 indicações ao Oscar incluindo: Melhor Filme e Diretor.
Bem, quando eu terminar essa crítica você irá entender o por quê.
O filme é dirigido pelo estreante em longas-metragens Benh Zeitlin e fica entre nós, que estreia meus amigos. Ele próprio roteiriza junto com Lucy Alibar.


A história é a seguinte: Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) é uma menina de 6 anos que vive com seu pai Wink (Dwight Henry) às margens de um rio, um lugar catalogado como "Área de risco" pois quando chove lá se alargar tudo. Um dia Wink descobre que está doente e apesar disto decide não receber ajuda médica. Ele passa a ensinar a menina há como sobreviver sozinha mesmo quando não se tem mais ninguém.

Quvenzhané Wallis tem uma atuação marcante, quando o filme estava nas filmagens ela tinha apenas 6 anos e a primeira vista deveria se muito difícil dirigir uma criança num papel que se requer tanto dela, mas Wallis surpreende, sua atuação é simplesmente natural e impecável durante todo o filme, ela era simplesmente a menininha de 6 anos certa para o papel. E mesmo quando se requer dela uma atuação mais sentimental, comovente e profunda ela faz isso com tanta firmeza e garra e simplesmente deixa você sem palavras. Com certeza, foi este trabalho tão delicaddo e perfeito que a levou a cai nas graças dos acadêmicos e ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz.
Dwight Henry também esbanja talento durante o filme e as duas atuações se encaixam como um quebra-cabeça que forma uma linda obra-de-arte. Sem dúvida Henry foi esquecido pelas premiações, apesar de ter sido um ano muito bom neste requisito, ainda sim, pelo papel que ele fez que é de emocionar qualquer um, ele merecia uma indicação a Melhor Ator Coadjuvante ou Melhor Ator em um papel principal, visto que seu personagem é muito grande no filme para se considerado coadjuvante ou secundário.
O roteiro é muito firme e perspicaz, ele dita o filme e mesmo assim dá uma extrema liberdade para o elenco aparecer com ótimas atuações e consegue passar com profundidade e sentimento sua mensagem que é: "Mesmo que sua vida seja um lixo, ela é boa e mesmo que você não tenha nada, você tem tudo". Profundo!
Já Benh Zeitlin tem exito em sua direção, especialmente pela montagem ou edição das cenas, elas são colocadas na exata hora em que devam aparecer tornando o filme suave, outro ponto alto da sua direção é que o filme não é longo, tem apenas 1 hora e 30 minutos, evitando assim que o filme ficasse lento e cansativo, esse fator em especial deve agradar aqueles que não gostam do gênero drama por que acham que esses tipos de filmes são "parados". Eu costumo dizer se o roteiro for transmitido com veracidade para tela e for convivente e se as atuações fluirem, é uma prova clara e incontestável duma ótima direção e talvez isso justifique a indicação de Benh Zeitlin ao Oscar.
Concordo plenamente que foi uma zebra a indicação dele, mas de forma alguma imerecida, por que ele fez em um filme o que muitos diretores não conseguiram fazer em cinquenta filmes!
O filme ainda é empalado por uma bela trilhar sonora que me lembra bastante Os Infiltrados (filme de Martin Scorsese) não no gênero musical, mas pela forma de como a música tema consegue entrar em sua cabeça e ficar lá, tocando inúmeras vezes lhe trazendo a memória cenas do filme.
Numa crítica costumam dizer que você tem que se neutro e dizer os pontos bons e ruins do filme, mas eu simplesmente não consigo, o filme é adorável e apaixonante.
Pode até ser uma "zebra", mas é completamente merecido o sucesso de Indomável Sonhadora.
Se você ama cinema é uma obrigação assisti-lo, muito bom mesmo. Extremamente recomendável! Assista em família.


Por Henry Euzebio

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